segunda-feira, 10 de setembro de 2007

Interlúdio 17

- Cabelo! Você checou se o velho estava morto mesmo?
- Porra, Neneco, o detetive é você! Eu sou o mordomo!
- Pensei que verificar o pulso dos cadáveres estava nas suas funções. Junto a servir chá, apanhar o casaco dos convidados e ser culpado de tudo.
- Que tal pararmos de gracinha e irmos lá checar o corpo?
- Vai na frente que eu já tô indo atrás.

(...)

- E aí?
- Tá morto mesmo. Mas a faca, veja só, estava acoplada nessa geringonça de dublê amarrada aqui nas costas. Não tem sangue nem nada da facada.
- E como você tem certeza de que ele está morto?
- Bom, não consigo achar o pulso.
- Bota um espelhinho na frente da boca dele. Sempre vejo isso nos filmes.
- Ok.
- Cabelo, porque você tem um estojinho de pó compacto no bolso?!
- Eu... er... Ah, é o único espelhinho que eu tenho aqui, não reclama. E não faz perguntas.
- E aí, embaçou?
- Nada.
- Ouve o coração.
- Bom, isso era capaz do velho não ter nem em vida...
- Tentou fazer cosquinha na barriga?
- Que tipo de procedimento é esse, Neneco?
- Pô, ninguém resiste a cosquinha na barriga!
- Eu não vou fazer cosquinha na barriga de um cadáver.
- Tá bem, eu me encarrego dessa... A-cuti-cuti-cuti! A-cuti-cuti-cuti!
- Nem se mexeu.
- Então tá morto mesmo. Mas eu acho que já sei o que aconteceu. Reúna os convidados na sala, Cabelo. E me ajuda a levar o corpo para lá.

2 comentários:

Anônimo disse...

Eu acho que o velho tá vivo! Ele tá se fingindo de morto...

Anônimo disse...

DEUS! Vocês podem deixar maldito o corpo no lugar antes que a polícia chegue? Não se move um cadáver antes da chegada da polícia!!!

Não é mais simples reunir as pessoas no corredor?

E Neneco, conte logo o que tem a dizer ou eu vou mastigar meus cotovelos de curiosidade!