quinta-feira, 23 de agosto de 2007

Severino H. P.


Atenção: Esse depoimento contém expressões e cenas fortes. Se você tem coração fraco, mente fraca ou órgãos sexuais fracos é melhor não ler. Pessoas que tenham restrições morais a suecas peladas e anões besuntados em óleo também estão desaconselhadas a continuar essa leitura.



Antes de tudo, são todos idiotas. Vocês, a humanidade, a fimose do Fidel Castro e quem mais acreditar em Natal, supositórios e que mulheres com muito buço vão arrumar maridos.
O óbvio é o que sobra quando a gordura do esmegma das superstições que cobre a glande da certeza iluminada é retirada pela vulva da perspicácia. Simples assim, tão claro como o fato de que, se o Cebolinha falasse o nome do ator Paulo César Grande, alguém muito pervertido ficaria excitado.

Tenho um certo transtorno obsessivo compulsivo, desde que mudei de vida, com glandes, prepúcios e pelinhas que cobrem tudo isso. Para que a pelinha? Isso eu nunca entendi. E ela tem um freiozinho feito de mais pelinha. E a boquinha do pênis? E se pintarmos com nanquim preto e colocar uma rodinha aqui e outra ali, ao mexer a boquinha do pênis, tudo vai parecer um Mickey Mouse. Principalmente se a glande tiver algumas roséolas sifilíticas. Mas isso é tergisversação para chegar ao principal, e eu me perco um pouco, principalmente quando estamos perto das Festas Sagradas do Povo Nazca. Tempo bom de moral pujante que nunca mais voltará, graças a liberais efeminados e emaconhados.

Dito isto, vou falar algo que definitivamente mudará o rumo de tudo.
Chamo-me Severino Hewlett Packard.
Como cavaleiro que sou, da Quarta Ordem Sagrada de Cascorão, Senhor do Embutido Merovingeo, Prelado do Sétimo filho de Anauê-uê-aê, e detentor da presidencia da T.T. F.F.P.P. (Tradição das Taras Familiares Feudais in Proprietas Penisticus) eu conheci o senhor Austregésilo Castello-Branco. Altivo, Moralista, bastião da verdade, religião e segurança, e principalmente, dono de um membro viril de quase 23 centímetros e que conseguia ficar duro por quase 5 horas seguidas nas orgias, ele morreu como viveu: Fodido.
Morrer não é o principal. As cagadas que se fazem entre sair do útero da sua mãe, coberto de placenta e morrer sem nunca ter chupado uma tetinha de japonesa gueixa com leite materno é o que importa. Seja como for, o jovem (não era o velho, velho; não o chamarei assim) que eu conheci em 1969 em Bethel, Nova York, era alguém a se admirar.
Era em Woodstock, e estávamos fazendo a diferença.
Já na época, ele fazia coisas de sarapantar. Tinha convencido Joe Cocker, um idiota metido a músico, mas na real um maconheiro iletrado, de que se ele pregasse o Bhagavad Gita durante nove semanas para quatro tijolos de barro, duas latas de Cherry Coke e um peixe semidigerido, folhas de maconha iam nascer do ânus de Nixon.
Então Joe Cocker acreditou e foi-se, e o jovem Austregésilo tomou o lugar dele e, numa tarde particularmente estúpida, cantou três músicas e depois desmaiou, chapado de tantas coisas que se você cheirasse o sovaco dele nesse momento, ia ter uma revelação divina, provavelmente orar em línguas e ser eleito papa.
Eu era um dos roadies do Sha-na-na, e naquele momento estava sendo felado por um hippiezinho chamado Gerald Thomas. Enquanto Thomas engasgava com meus líquidos espermais do amor, eu vi aquele Joe Cocker que não era Joe Cocker no palco, e tive um momento epifânico. Soltei gases intestinais na cara do Thomas, que reclamava de ainda não ter gozado.
Suavemente, soquei a orelha do hippiezinho idiota e chorão (que no futuro iria ser nosso nêmesis, mas isso é outra história) e resolvi abandonar aquela Sodoma com cara de pastelaria budista.

Não vou me perder em contar comos, porquês e ondes, porque no momento isto não interessa e estou com uma vontade filho da meretriz barata da beira do cais de urinar, mas ao final de um tempo, estávamos em Londres.
É ai que tem o ponto focal. Aí vocês vão perceber o turning point.
Tínhamos nos estabelecidos como bruxos do amor, e naquela época, se acreditava em qualquer porra que se dissesse, desde que tivesse maconha, LSD ou magia no meio.
Como bons brasileiros que não éramos, adorávamos pegar brasileirinhas hiponguinhas. E, devo dizer, brasileirinhos também. Austregésilo era um sodomita contumaz. Não sou eu que irei julgá-lo. Eu sempre fui mais tradicionalista, sempre preferi que mulheres com muitos pêlos pubianos e clitóris gigantes defecassem em mim após duas semanas de regime forçado de abacate e carne crua. Isso sim é um sexo tradicional, mas como disse, não sou juiz. Executor talvez, mas isso não interessa.
Seja como for,duas semanas após o Natal de 70, veio nos procurar um jovem brasileiro baiano exilado. Austregésilo caiu de amores por ele, e o chamava de “leãozinho”.
Embora eu o achasse parecido com cárie mal tratada de Lindsay, a caminhoneira que nos fornecia ayuasca, e não gostasse das músicas horríveis que ele fazia (em particular uma que ficou famosa, que envolvia o tal do apelido carinhoso do Austregésilo) até admitia essa sem vergonhice, porque Austregésilo, envolvido do jeito que estava, deixava meus peixes em paz. Era horrível você fazer um belo salmão no domingo de Páscoa apenas pra descobrir que o molho branco do peixe era outra coisa. Enfim, um belo dia deu merda.
Austregésilo tentava uma nova posição sexual conhecida como “Anaconda subindo no galinheiro”. Foi então, enquanto fazia afazeres nada domésticos que fui interrompido.
Austregésilo chorava de modo muito efeminado, e isto me irritou, como irritava um outro brasileirinho chato que se dizia bruxo, era amigo de Raul Seixas e também chorava como menininha.
Austregésilo tinha matado o jovem promissor cantor brasileiro baiano exilado com caracois nos cabelos.
Ele tinha sido empalado por um violão Vecchio, muito bonito, de jacarandá paquistanês falso. Estava morto. Ao seu lado, um outro jovem exilado cantor baiano afro-descendente jurava vingança. E fazia uma zona enorme, gritando, histérico feitoviúva italiana dançando tarantela.
Tive que dar um tiro nos cornos dele, enquanto soluçava antevendo o desastre que viria.
A morte chegava ao sonho de paz, amor e goldenshower.
Era o fim de nossa vida de reis-misticos-falsos-hippies em Londres.
Só havia uma solução prática, rápida e lógica para nosso dilema: Fizemos um pacto com Satã, que clonou Paul McCartney (após matá-lo em um bizarro acidente com máquinas fotográficas) e o substituiu nos Beatles por Asmodeu, senhor do sétimo circulo e autor de Yesterday.
Assim, viajamos a Transilvânia, e com a ajuda do Doutor Frankenstein Junior, usamos o corpo morto de Paul para substituir os corpos dos brasileirinhos baianos exilados e mortos.
Ninguém nunca notou a diferença.
Austregésilo e eu fugimos para o Brasil, passamos os anos 70 desvendando mistérios pelo país, viajando num furgão com um cachorro falante e mais duas prostitutas suecas, viajamos no tempo, detivemos Chtllu no Armagedon e nos separamos quando eu comecei a namorar Edir Macedo e finalmente conheci o Pai das Luzes. Óbvio, isso é outra história e depende de cachê e direitos autorais pra ser conhecida.
Hoje, como ex-mãe, pai, sogro e concunhado de encostos, eu tenho minha alma salva. Aleluia.
Austregésilo, por outro lado, morreu sem conhecer o vale do sal e a salvação.
O que eu sei é que alguém me mandou um bilhete, em 1989, que dizia claramente:
“Eu sei o que vocês fizeram em Londres, mainha, pega em cima pega em baixo
Depois de nove meses você vê o resultado”
Isso resume claramente o que vocês devem fazer. Ajam rápido em nome de Deus. Pelas crianças. Pela pátria, senão por outra coisa.
Ah, Não? Fodam-se então.

20 comentários:

Anônimo disse...

eu sempre disse que o meu primo-neto-afilhado, digo, meio-irmão-avô, digo, ah, andava em más companhias...

Anônimo disse...

Que pena que a coisa descambou pra baixaria... estava indo tão bem. Não tinha uma pessoa que escrevesse melhor, não?

Flávia disse...

Tem gente que escreve bem e outros que pensam que escrevem bem, esse é o seu caso. Achei o texto apelativo demais, não gostei.

Anônimo disse...

Como assim?
Por que isso?
Vejo um novo homicídio a caminho.

Anônimo disse...

SENSACIONALL!!!!!!
UAHUAHAHUAHAUHAUAHAUHUHAUHAU

num sei o q o povo ai de baixo tá reclamando..... o texto já começa com um avisooo de conteúdo explicito....uhauhauhauhauhauh

muito criativo,escrachado....mas criativoo

Anônimo disse...

Uma pena que um texto desse nível venha interferir num projeto tão bacana. São poucos os que conseguem usar palavras de baixo calão de forma artística e vc, meu caro, não se encaixa nessa categoria. Lamentável.

Anônimo disse...

??????????
Eu estava gostando tanto das histórias...
sinto muito que o nivel tenha caído tanto.
Não se trata de falsa hipocrisia ou moral. simplesmente palavras apelativas jogadas num balaio não se caracterizam como um texto. ou crônica. ou história. não mesmo.
elas nem mesmo chocam. apenas refletem a falta de criatividade do autor. é uma pena.

Claudia Lyra disse...

Putz... uma coisa é se irônico e escrachado... outra coisa é ser vulgar e apelativo... não dá nem pra rir...

Anônimo disse...

É uma pena mesmo convidar alguém que se acha o novo Douglas Adams (é só reparar no "Ninguém nunca notou a diferença"), melhor e mais engraçado, para participar de um projeto que, até agora, estava tão bom. . Aliás, esse novo personagem não cria situação nenhuma para o desenrolar da história, porque não fala absolutamente nada da festa, muito pelo contrário: resume-se a um monte de coisa nenhuma apelativo, escrachado e, no mínimo, nojento. Erraram feio colocando essa pessoa pra escrever aqui. Mas tenho fé de que não vai repetir... Por outro lado, aos autores, a idéia do blog é sensacional. Continuem assim. Quer dizer, continuem do jeito que era. Porque, assim, não dá de levar.

Anônimo disse...

Depois de ler os comentários, até esqueci o que eu ia dizer...

Mas regime forçado de abacate e carne crua?? Ewwww

Unknown disse...

Suponhamos q vcs retirem esse texto da história. Q falta fará? O cara tentou ser escrachado pra ser engraçado; falhou miseravelmente...

Lacerad disse...

Sensacional!!!!!

É o novo Douglas Adams!

É o Burroughs brasileiro!

Anônimo disse...

Bom, paulinho e todos. Assim como todos os outros autores do blog, o Severino foi convidado a escrever. E assim como todos os outros escritores, seu texto foi respeitado e publicado na íntegra, sem restrições. A idéia do blog sempre foi misturar estilos e pessoas com pensamentos diferentes. Portanto, não existe a menor possibilidade desse texto ou qualquer outro ser censurado, salvo a pedido do próprio autor.
Como um dos organizadores do blog, contudo, peço desculpas se alguém se sentiu pessoalmente ofendido pelo texto. Eu particularmente gostei.
No mais, agradeço os elogios ao projeto. Continuem lendo. Em breve, um final acachapante.

Anônimo disse...

Eu concordo.
Eh emocionante o que o google nos leva a descobrir quando se digita o próprio nome em seu buscador.
Apesar da minha menção um tanto desonrante, irei adaptar para um esquetche na minha próxima montagem em Nova York.
Walter Kerr irá gostar.

LOVE
Gerald

Anônimo disse...

ER....
meio forçado... mas vá lá!
E o cara do pavê?

Unknown disse...

Duas dúvidas: Severino tava na festa fisicamente ou só como projeção astral?

Quem é Douglas Adams?

Anônimo disse...

Douglas Adams - autor d'O Guia do Mochileiro das Galáxias.

Ah, o post, apesar de não ser nem de perto o melhor do blog, é muito bom...

Anônimo disse...

Lógico que é bom, fui eu quem escreveu.

Unknown disse...

Quinho, minha intenção passa longe de ser a da censura... O projeto em si é mto bom, ousado, e está sujeito a erros como qualquer atividade humana... Só achei o texto muito ruim, sem sentido e fora do espírito do projeto... Qdo falei em qual seria o efeito de se retirar esse texto, refiro-me à total desconexão entre esse e os outros textos... Quero só ver como vcs vão fazer o interlúdio desse texto... Qm sabe no final o efeito desse texto possa até ser positivo, né? Nunca se sabe...

Anônimo disse...

O melhor até agora foi o do Jonel!!!
Sem dúvidas!